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Além de trilhas, vinho e café: Chapada Diamantina quer 'turistas do sabor'

By Blog CasaFérias
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Não é de hoje que os entusiastas do turismo de aventura e de natureza conhecem a Chapada Diamantina (BA) e suas belezas naturais, mas, hoje, ela não é só um conjunto de paisagens de tirar o fôlego. Nos últimos anos, a região vêm descobrindo uma nova vocação: o enoturismo.

A sua já consagrada produção de café especial, que conquistou o registro de denominação de origem no ano passado pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), vêm dividindo a cena com culturas relativamente novas, mas promissoras. É o caso do vinho e das frutas vermelhas.

À primeira vista, parece improvável associar o interior da Bahia a esses produtos. No entanto, basta conhecer o terroir da Chapada para entender os motivos que tornam essas culturas tão bem-sucedidas por lá.

Mucugê e as frutas vermelhas
Em dois hectares de sua propriedade, em Mucugê (BA), o agricultor Uvilson Santos, do Sítio Frutas Vermelhas (@sitiofrutasvermelhas) cultiva morango, mirtilo, amora-preta e framboesa - ele foi um dos pioneiros na produção de berries na região.

"Parece antagônico pensar em frutas vermelhas na Bahia, mas, diferentemente de outras regiões produtoras, em que as plantas hibernam por conta do inverno mais rigoroso. Aqui nós temos a condição ideal para produzir essas frutas o ano todo", explica o produtor rural.

Com agendamento prévio, é possível visitar o pomar do Sítio Frutas Vermelhas e provar as frutas carnudas e docinhas diretamente do pé (o ingresso custa R$ 25), mas paga-se uma taxa pelo fruto colhido (R$ 40, o quilo). Após a visita, é possível passar na lojinha e comprar alguns itens beneficiados por Santos e sua família, como licores e geleias.

Outro que transformou o cultivo de frutas vermelhas em atração turística foi o agricultor Jair Galera. Em 2016, ele começou a cultivar morangos no sítio batizado com o seu sobrenome (@sitiodogalera). E, com o tempo, ele abriu a loja Casa do Morango, que ganhou esse nome por funcionar em sua própria casa, no centro da cidade.

Além dos morangos, os visitantes encontram no pomar com quatro hectares de Galera mais de 40 variedades de frutas como nêspera, laranja e amora, além de uma estufa com ervas finas e folhas para o preparo de chás e infusões.

Jair fornece os seus produtos para alguns chefs da região, como é o caso da chocolatière Letícia Oliveira, que comanda a única marca de chocolate bean-to-bar da região, a Adamas (@adamaschocolates), que utiliza os produtos de Galera para fazer um tablete com chocolate branco (cor-de-rosa, na verdade) incrustado de frutas vermelhas (R$ 85). Outro chef que utiliza os frutos de Galera é André Chequer, do restaurante Paraguassu (@restaurante_paraguassu).

No restaurante instalado dentro do hotel Refúgio na Serra, Chequer apresenta uma cozinha autoral em que mescla tradições e ingredientes locais. Além de utilizar as berries na finalização de pratos, elas também são base de sobremesas como a experiência diamantina (R$ 62), em que camadas de massa filo são intercaladas por doce de leite, zabaione e geleia de frutas vermelhas feita por ele.

"A Chapada é um terroir novo para vinhos, mas os rótulos evoluem a cada safra. Tem sido muito legal acompanhar esse processo tão de perto", comenta Chequer, que também assina o menu do restaurante Arenito, instalado dentro da vinícola Uvva, em Mucugê (BA).

Os vinhos de Morro do Chapéu
Conhecida como a cidade dos ETs (você não leu errado!), já que há diversos registros de OVNIs avistados por ali, nos últimos anos o município de Morro do Chapéu (BA) ganhou um novo apelido: a capital do vinho na Chapada Diamantina.

Atualmente, há três vinícolas em funcionamento na região: Vaz, Reconvexo e Santa Maria (@vinicolasantamaria), onde tudo começou.

Em 2009, Laura Garcia, que está a frente da vinícola Santa Maria, cedeu uma área de sua propriedade para um estudo da Embrapa, que tinha o objetivo de descobrir se era viável cultivar uvas viníferas na região. Resultado: tanto a malbec quanto a syrah se adaptaram ao clima local e, atualmente, rendem vinhos como o Capão 2021 (R$ 70), que mescla as duas uvas, além de cabernets sauvignon e franc. "Nós temos uma produção cem por cento artesanal e familiar. Nossos vinhos são naturais e não passam por qualquer processo de filtragem", explica Laura. A vinícola está aberta a visitação (R$ 130, por pessoa) e abriga um pequeno restaurante.

Outra vinícola da região é a Vaz (@vinicolavaz), que foi fundada pelo engenheiro agrônomo Jairo Vaz. O vinhedo, de cinco hectares, reúne cepas como malbec, syrah, pinot noir, viognier e moscatel. Além de receber visitantes durante o ano todo (a partir de R$ 80, por pessoa), a vinícola realiza eventos durante a vindima, que ocorre no verão e no inverno.

"É possível participar do processo de vinificação e, meses depois, vir buscar o vinho pronto", explica a enóloga Rafaella Lacerda. Atualmente, a Vaz produz 20 mil litros ao ano, mas o objetivo é chegar aos 50 mil.

Embora sejam produções recentes, rótulos como o malbec Ferro Doido (batizado com o nome de cachoeira famosa da região) (R$ 120) da Vaz conquistou medalha de ouro na Grande Prova Vinhos do Brasil 2025, uma das premiações mais importantes do setor no País.

Ao lado dele, outros vinhos da Chapada receberam o mesmo reconhecimento, como syrah Reserva (R$ 280) e o Vila do Ventura Estrada Real (R$ 140), que é elaborado com malbec e syrah, da vinícola Reconvexo. "Aqui na região se produz um estilo de malbec diferente do que se encontra na Argentina. Não é tão complexo e nem estruturado. São vinhos elegantes e fáceis de beber", explica a sommelière da Reconvexo, Jamile Assis.

A vinícola fundada em 2019 oferece uma visita guiada (a partir de R$ 80, por pessoa), onde apresenta o passo a passo da produção, desde o vinhedo, que reúne variedades como tempranillo, malbec e syrah, até a garrafa.

Depois, é possível almoçar no restaurante da propriedade, que oferece uma seleção de receitas temáticas. E, para quem quer uma experiência ainda mais completa, a Reconvexo conta com um glamping (ou acampamento de luxo), que oferece hospedagem em mini chalés instalados ao lado do vinhedo.

Novas possibilidades
Embora as produções de café, de vinho e de frutas vermelhas estejam se consolidando na região, há outras produções que estão em estágio inicial, mas têm potencial de crescimento.

Um exemplo são os meles de abelha nativa, que são produzidos por Marcos Adriano. Ao lado de sua família, o produtor rural comanda a Bee Origem (@beeorigem_eco), uma marca dedicada aos produtos coletados das abelhas sem ferrão.

A propriedade também abre as portas para visitas guiadas (R$ 25, por pessoa) pelo meliponário (apiário se refere a colmeias de abelha-europeia, a Apis), em que os monitores explicam sobre o ciclo de vida das abelhas.

Além disso, caixas de jataí e mandaçaia são abertas e o público tem a chance de provar meles direto da fonte. Por ali, também há exemplares de abelhas nativas como a uruçu do chão.

Embora a charcutaria artesanal esteja concentrada no Recôncavo Baiano, mais especificamente em Maragogipe, que é conhecida pela tradição da carne de fumeiro, o mestre charcuteiro Benedito Maciel Aguiar traz a charcutaria para a região da Chapada.

Desde 2017, ele comanda a marca Sabor Latino (@charcutariasaborlatino), que é a primeira dedicada à charcutaria artesanal da região.

Especializada em embutidos, curados e defumados à base de carnes bovina, suína, frango e carneiro, a marca produz itens como frango defumado (R$ 57,85, o quilo), salame de carneiro (R$ 168, o quilo), guanciale (R$ 171,60, o quilo) e pastrami (R$ 209, o quilo).

"Estamos a 1.250 metros e esse clima de altitude é muito favorável para peças maturadas e fermentadas", explica Maciel, que está produzindo jamón Diamantina com 15 meses de maturação — a próxima leva deve ficar pronta em março de 2026.

Atualmente, Maciel produz cerca de quatro mil quilos de peças de charcutaria por mês, que são comercializados pela região. "Mas o nosso foco é investir no turismo", afirma ele. É possível visitar a produção (R$ 40, por pessoa) e degustar alguns produtos elaborados por Maciel.

Há pouco mais de uma década, Letícia iniciou a Adamas vendendo chocolates artesanais pelas ruas de Mucugê (BA) até que se apaixonou pelo bean to bar.

A chocolatière utiliza amêndoas de cacau, que seleciona pessoalmente em fazendas do sul da Bahia, para produzir barras como a de chocolate 55% com café e laranja (R$ 60) e a de chocolate branco goiabada cascão e queijo Grana Padano (R$ 85).

Futuro na cachaça, azeite e laticínios
Para boa parte dos produtores rurais, o turismo têm sido uma segunda fonte de renda. Desde 2021, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) vêm qualificando os produtores para investir no turismo rural.

Durante a Ruraltur, feira dedicada ao setor que foi realizada no final do mês passado em Mucugê, a entidade lançou o projeto Rotas Especiais Chapada Diamantina, que tem o objetivo de fomentar o turismo rural na região.

O roteiro, disponível pelas redes sociais do projeto (@rotaschapadadiamantina) reúne doze experiências, que são divididas em frutas vermelhas, as rotas sensoriais, que reúne vinícolas, visitas a propriedades como a Akã, a única empresa de óleos essenciais da Chapada, o Rancho Rosa do Deserto, onde é cultivada a planta ornamental e milhares de variedade de cactos.

Há uma rota dedicada ao café, que reúne propriedades como a Fazenda Matos, que produz o café especial Igaraçu (@agrocafeigaracu) na divisa de Mucugê e Ibicoara — o cafezal é localizado aos pés da serra do Sincorá.

Segundo o Sebrae, há planos para, em breve, incorporar novas experiências às rotas. "Temos as cachaças de Abaíra (BA), que tem indicação geográfica, os laticínios de Ibicoara, que são premiados, e o azeite produzido em Rio das Contas", enumera o gerente regional do Sebrae em Irecê, Edirlan Souza.

Foto: Gleidson Santos (Ministério do Turismo / Flickr)
Fonte: UOL

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