Rota do Sol e da Moqueca é chave para aquecer turismo capixaba, apontam especialistas
A Rota do Sol e da Moqueca, que abrange os municípios de Vitória, Serra, Guarapari, Vila Velha e Anchieta, foi uma das primeiras rotas turísticas estruturadas no Espírito Santo. O trajeto, com quase 100 km de extensão ao longo da costa capixaba, oferece uma variedade de experiências, desde turismo náutico e religioso até visitas a patrimônios históricos e gastronomia.
“A rota, foi criada no início dos anos 2000 e na época, foram realizadas várias ações que a promoveram no cenário nacional”, recorda Fernando Otávio Campos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES).
História e atrativos culturais
O percurso começa em Vitória, onde o visitante encontra o patrimônio histórico-cultural da cidade, incluindo a Catedral Metropolitana, o Teatro Carlos Gomes e o Palácio Anchieta. A capital também é conhecida por suas praias e uma vasta oferta de restaurantes especializados em frutos do mar.
Em Vila Velha, o Convento da Penha se destaca como um dos principais pontos turísticos. A cidade conta com praias populares como Costa, Itapoã e Itaparica, que atraem visitantes em busca de lazer e gastronomia.
Já na Serra, além das praias, o agroturismo tem forte presença, com produção local de licores, doces e cachaças, além de atrativos naturais como o Mestre Álvaro, uma das maiores elevações costeiras do Brasil.
Guarapari, famosa por suas praias e vida noturna agitada, oferece uma ampla gama de hotéis e restaurantes, enquanto Anchieta se destaca pelo carnaval de rua e pelas praias de águas cristalinas, ideais para pesca submarina e windsurf. A cidade abriga o Museu Nacional de Anchieta e realiza a caminhada “Os Passos de Anchieta”, que refaz o percurso histórico do beato José de Anchieta.
Nos próximos anos, o Espírito Santo enfrentará um cenário econômico desafiador com a iminente Reforma Tributária. Estimativas indicam uma perda de até R$ 5 bilhões por ano em receita, uma vez que a arrecadação de tributos se desloca para onde acontecerá a demanda. Assim o turismo, uma atividade que movimenta tanto a economia quanto a imagem do estado, surge como uma saída para mitigar essas perdas.
O turismo não é apenas lazer, mas uma ferramenta essencial para a receita pública e a sustentabilidade das políticas sociais e de desenvolvimento. Segundo o Observatório do Turismo do Espírito Santo, o turista em nosso estado gasta em média R$ 248,94 por dia, menos no Nordeste, permanecendo por aproximadamente cinco dias.
Considerando que metade da alíquota de 26,5% do IBS irá para estados e municípios, para neutralizar o impacto da reforma precisaremos atrair mais de 400 mil turistas de fora do Estado a cada cinco dias, atualmente trazemos menos de 300 mil por ano, segundo o IBGE.
“É impossível esperar que um turista retorne 73 vezes em um ano e um desafio será convencê-los a voltar três vezes, o que nos obrigaria ainda a conquistar 10 milhões de visitantes anuais para suprir o déficit fiscal”, explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis do Espírito Santo (ABIH-ES), Fernando Otávio Campos.
Então, onde devemos concentrar os esforços de promoção? É aqui que entra a famosa “Rota do Sol e da Moqueca”, composta por destinos como Vila Velha, Vitória, Serra, Guarapari e Anchieta. Estes locais, de acordo com o Observatório do Turismo, já recebem prioritariamente turistas nacionais: cerca de 90% em Guarapari e 80% em Vila Velha e Vitória, média anual. Eles têm infraestrutura consolidada, marcas reconhecidas e potencial de atratividade nacional e internacional.
“É crucial que o governo concentre esforços e investimentos na promoção dessas regiões já consolidadas como rotas nacionais. A Rota do Sol e da Moqueca é onde o Espírito Santo vai encontrar o pote de ouro da arrecadação. Com marketing direcionado e estratégias de captação, podemos transformar nossos belos destinos em motores de geração de receita e desenvolvimento econômico”, afirma Campos.
Para o presidente da ABIH-ES, se não houver concentração na ‘venda” da imagem do Espírito Santo para o Brasil e para o mundo, haverá o risco de perder bilhões em arrecadação. “Agora é o momento de investir na nossa maior fonte de riqueza: o turismo. O sol, a moqueca e as belezas Capixabas são o nosso caminho para o crescimento e a sustentabilidade. É hora de arregaçar as mangas e colocar o ES no mapa das viagens dos brasileiros e estrangeiros”, destaca ele.
Fonte: ES Brasil

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