Dicas sobre prevenção da febre amarela para quem vai viajar
Inserido na lista de países com risco de transmissão de febre amarela pela Organização Mundial de Saúde, o Brasil teve suas áreas de risco de ocorrência da doença ampliadas, com o recente surto verificado em estados da Região Sudeste. Desde então, alguns países passaram a exigir dos viajantes brasileiros o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), entre eles o Panamá. Venezuela, Bolívia e Cuba também passaram a exigir a apresentação do comprovante de vacinação. No entanto, não é apenas com as viagens internacionais que o turista deve se preocupar. Quem pretende viajar pelo Brasil, sobretudo para localidades rurais ou de matas, deve verificar se o seu destino está incluído nas Áreas com Recomendação da Vacina (ACRV) - levando em consideração que algumas são consideradas temporárias, já que foram incluídas devido ao desenvolvimento da doença em municípios da Região Sudeste.
No Brasil, quem tem roteiros ecológicos nos planos, principalmente em áreas rurais ou de matas, deve observar se seu destino está inserido entre as Áreas com Recomendação de Vacina (ACRV) em municípios do Brasil. Nestes casos, a vacina é "altamente recomendada", conforme instruções do Portal Saúde.
Além de consultar o mapa do Ministério da Saúde vale ficar atento às atualizações sobre a evolução do surto. Situado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque Nacional do Caparaó, por exemplo, chegou a suspender temporariamente a visitação, em função do surto de febre amarela na região. Nesta sexta-feira, o ICMBio divulgou nota informando que a visitação será reaberta neste sábado de carnaval, mas restrita a visitantes que estejam com o certificado de vacinação em dia.
Muito procurado por montanhistas e para trilhas, o Parque Nacional do Caparaó é onde estão localizados o Pico da Bandeira - o terceiro ponto mais alto do país, com 2.892 metros de altitude - e outros cinco dos dez picos mais altos do Brasil.
No Estado do Rio de Janeiro, o número de municípios na lista de ACRV subiu para 30 desde quarta-feira (22/2), incluindo, entre eles, Santa Maria Madalena, São Fidélis, Campos dos Goytacazes, Resende, Valença, Rio das Flores, Itatiaia.
Como se vacinar contra a febre amarela? A vacina contra febre amarela está disponível nos postos de Saúde do SUS e deve ser tomada com ao menos dez dias de antecedência da viagem, para "garantir o desenvolvimento da imunidade", segundo o Ministério da Saúde. Ao ser vacinado, o cidadão recebe o Cartão Nacional de Vacinação.
Apesar de a OMS ter revisto o prazo de validade da vacina, aceitando dose única para toda a vida, as autoridades de saúde do governo brasileiro recomendam o sistema de duas doses (com reforço dez anos pós a primeria imunização).
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma única dose para toda a vida. O Brasil, buscando uma maior segurança, adota o esquema de duas doses. Portanto, quem recebeu duas doses, na infância ou na fase adulta, já está devidamente protegido e não precisa buscar o serviço de saúde", orienta Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da saúde.
Quem pode se vacinar: A vacina contra febre amarela está disponível para a população a partir de nove meses de idade que se sai de uma área considerada 'Sem Recomendação de Vacina' (ASRV) para um área considerada de 'Recomendação da Vacina' (ACRV). A primeira dose deve ser tomada no mínimo dez dias antes da viagem, porque, segundo o Ministério da Saúde, os anticorpos que protegem a pessoa contra o vírus são produzidos entre o 7º dia e o 10º dia após a administração da vacina.
Ainda segundo recomendação do Ministério da Saúde, crianças devem tomar a segunda dose (de reforço) aos 4 anos de idade, e adultos, dez anos após a primeira dose. O prazo de dez dias não se aplica no caso de reforço da vacinação.
O Ministério da Saúde também recomenda como medida de proteção individual para quem circula em áreas de risco o uso de calças e camisas de mangas compridas e repelentes contra insetos.
E para quem vem para o Brasil? O Brasil não exige apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) para entrada no país, mas as autoridades de Saúde recomendam que os turistas que chegam tenham seu cartão de vacinação em dia, conforme recomendações em seus países de origem.
Foto: Márcia Foletto (Agência O Globo)
Com informações: Jornal O Globo
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