Pegada de carbono: Como o turismo gera impactos nas mudanças do clima
A emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, é um fator determinante para as mudanças climáticas. O excesso desses gases na atmosfera gera aquecimento global – o aumento da temperatura média do mundo, que não significa apenas mais calor, mas também eventos extremos de modo geral, incluindo enchentes, furacões e períodos de estiagem severa.
O conceito de pegada de carbono é usado para quantificar o impacto de uma pessoa ou uma atividade na emissão de gases de efeito estufa, que ocorre por diversos processos, da atividade das indústrias à produção de alimentos, do uso de carros no dia a dia à queima de combustíveis para fazer um avião voar entre os continentes.
Para visualizar as consequências das nossas ações no meio ambiente, a ONU oferece uma calculadora online para estimar sua pegada de carbono: as horas passadas em cada meio de transporte, as preferências de dieta e as formas de descarte de lixo entram no cálculo.
Como o turismo entra nessa conta?
Estima-se que o turismo seja responsável por 8% do total de emissões de carbono no mundo. A Organização Mundial do Turismo, vinculada à ONU, afirma que o setor vai na contramão das metas climáticas: enquanto diversas indústrias tentam reduzir sua pegada de carbono, a previsão é que o CO2 emitido por atividades turísticas aumente em 25% até 2030.
Em matéria de turismo, o maior responsável pela pegada de carbono é o transporte. Aviões queimam grandes quantidades de combustíveis fósseis para percorrer longas distâncias. Um voo de Nova York para Tóquio, por exemplo, emite cerca de duas toneladas de dióxido de carbono por pessoa.
Mas não é apenas a forma de chegar até o destino que impacta a pegada de carbono. O consumo de bens materiais, a alimentação e o uso de energia também estão inseridos nessa conta.
Por isso, o ecoturismo se tornou não apenas uma tendência, mas uma alternativa para conciliar viagens com preservação ambiental, ao priorizar a proteção da natureza e a minimização de impactos na visitação.
Bonito: exemplo de cidade carbono neutro
Além de atrair turistas pelos cenários de águas cristalinas e passeios em meio à natureza, Bonito , no Mato Grosso do Sul , se tornou o primeiro destino de ecoturismo a receber o selo de carbono neutro no mundo em agosto de 2023. O certificado é conferido a locais onde o ecossistema absorve mais carbono do que emite – ou seja, a pegada de carbono do local fica zerada ou mesmo negativa.
Referência em sustentabilidade há tempos, o destino adota medidas como o limite de visitantes em atrações naturais. Existem ainda os esforços individuais de cada ponto turístico ou comércio. A Estância Mimosa , por exemplo, pratica compostagem, trabalha na redução de resíduos sólidos e utiliza energia solar como fonte primária. Já o Hotel Paraíso das Águas , além de usar apenas energia solar, recebeu um certificado de lixo zero por reciclar quase tudo que é utilizado em sua propriedade e aderir aos produtos de higiene biodegradáveis.
Na conta para se tornar neutra em carbono, entraram também os “créditos de carbono” – forma como é chamado quando uma empresa ou entidade compensa suas emissões comprando “créditos” que mantém a conservação de ecossistemas em outras áreas. No final de 2022, a prefeitura de Bonito fez a compensação do saldo negativo restante comprando créditos de carbono de uma área protegida na Índia.
Fonte: IG Turismo
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